Conhecemos pessoas ao longo do caminho que se tornam extremamente importantes e essenciais pra nossa vida. Chegamos a nos questionar como nos virávamos tão bem antes de conhecê-las. E se tornam especiais um para o outro, extremamente especiais, quase como se pudesse jurar que jamais se afastariam por motivo algum. Em nosso coração mora a certeza de que teremos sempre um ao outro ali bem do ladinho, ao alcance do toque. Porque afinal, somos especiais um para o outro, e o tempo só fortalece isso: -Somos especiais um para o outro! Mas.. um dia, exatamente por ser considerado especial, você não deve mais estar tão perto, não ao alcance de um toque. Todo aquele sentimento de segurança que havia no coração desaba. Mas aí você percebe que existe mais dele em você do que poderia imaginar, você foi modificado, modelado, com as mãos, foi transformado. E você sabe que está no mesmo lugar em que te deixaram, mas não consegue ter a mesma sensação, porque a essa altura, parece que você não é mais tão necessário, basta que esteja ao alcance de um olhar. Mas esteja bem ali onde te deixaram, mesmo sem compreender bem o que houve (ou mesmo que compreenda a situação e as decisões, mas não compreende as atitudes), ou o que está havendo, e sem noção alguma de como tudo vai se desenrolar. E é bem quietinho que você fica, não querendo forçar a ideia de que está bem ali, exigindo de si mesmo o mínimo de orgulho que uma criatura poderia ter, e com o coração enjaulado, com medo de ir embora e perder o que poderia, ainda, ter do que foi conquistado. No fundo, a teoria é outra (sem sombra de dúvidas) mas a prática é quase a mesma. Distância.

Tássia Vanuska

Como pode? Algo que nasce tão facilmente, que simplesmente "brota", tão sutil.. Tão, facilmente conquistável, absoluto. E morre tão facilmente, e parece tão difícil de renascer. Quase que impossível. Dói pensar, dói lembrar, dói tentar esquecer, dói tentar não "deixar" doer.. Será mais difícil, agarrar ou deixar partir?