Um velho avô disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe
havia feito uma injustiça:
- Deixe-me contar-lhe uma história... Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio
àqueles que "aprontaram" tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram...
Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo... É o mesmo que tomar veneno,
desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra estes sentimentos.
E o avô continuou:
- É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom
e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não
se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isto, e da maneira
correta. Mas, o outro lobo, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o
lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo.
Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva
inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma! Algumas vezes é difícil de conviver
com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito.
O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou:
- Qual deles vence, vovô?
O avô sorriu e respondeu baixinho:
- Aquele que eu alimento mais freqüentemente.